• Acessibilidade
  • A-
  • A
  • A+

União das instituições é a saída para combater o roubo de gado em Parintins

O prefeito em exercício Tony Medeiros disse que fiscalizar é o caminho para combater o roubo de gado.

Notícia do dia 24/05/2017 Ouvir Notícia
União das instituições é a saída para combater o roubo de gado em Parintins Foto: Peta Cid

Intensificar a fiscalização, aprovar uma lei municipal para punir o abate, o comércio e a receptação de gado clandestino, cruzar informações do quantitativo de bois abatidos no matadouro, o destino dos animais e principalmente a união das instituições foram os indicativos propostos na audiência pública realizada na Câmara Municipal que tratou de uma problemática que há anos prejudica a pecuária em Parintins que é o roubo de gado.  

A atividade pecuária que movimenta direta e indiretamente, a cada mês, um montante de R$ 3 milhões de reais, registrou somente nos primeiros cinco meses do ano 17 boletins de ocorrência com 120 animais furtados. Segundo a classe criadora, grande parte do gado roubado circula principalmente nas regiões de Vila Amazônia e Zé Açu.

Vários representantes dos pecuaristas participaram dos debates, apresentaram propostas, fizeram questionamentos e receberam do prefeito em exercício Tony Medeiros, a garantia de que a Prefeitura tem total interesse de se unir às instituições para coibir essa prática em Parintins.

“Fiscalizar é o caminho, nós temos uma lei municipal proposta aqui, temos Vigilância Sanitária,  nós precisamos unir as instituições, os poderes e se organizar para combater o abate desses animais clandestinos e punir aquele comércio que esteja recebendo a carne sem controle, fruto de roubo de gado e repassando à população”, disse Medeiros.  O vice-prefeito observou que a pecuária é a base da economia do município e que hoje está em declínio. De acordo com ele, Parintins já teve 180 mil cabeças de gado, investimentos na criação de gado, mas com o frequente roubo de animais o município soma hoje apenas 58 mil cabeças, com tendência a diminuir e prejudicar ainda mais a economia da  cidade. “Temos que Intensificar a fiscalização, a prefeitura vai cumprir o seu papel, aquilo que for competência da prefeitura ela vai cumprir, fazer sua parte para reduzir o roubo na região”, afirmou.

O secretário de Pecuária, Agricultura e Abastecimento, Edy Albuquerque, falou da proposta de se trabalhar o cruzamento de informações diárias do quantitativo de bois abatidos no matadouro frigorífico e o destino desses animais, fornecendo aos órgãos de controle como Agência de Defesa Agropecuária e Florestal (ADAF) e Vigilância Sanitária os registros completos para a fiscalização periódica nos  183 estabelecimentos que comercializam carne em Parintins. “Acredito que assim a gente pode iniciar um controle mais efetivo e eficaz do produto que entra nesses estabelecimentos, reduzindo gradativamente o comércio de carne clandestina. Vamos mapear todos os estabelecimentos, trabalhar mais em parceria com a Polícia Militar, Polícia Civil, ADAF e Vigilância Sanitária e implementar o Serviço de Inspeção Municipal que vai ajudar no aporte de fiscalização do roubo de gado”, afirmou.  Albuquerque também destacou a criação da lei municipal que poderá assegurar que uma vez flagrado, o estabelecimento receberá as punições como cancelamento do alvará e as punições civis inerentes ao furto.

Para o subsecretário Lúcio Kimura a saída é a união das instituições, pecuaristas, prefeitura, polícias Militar e Civil, Ministério Público, Associação dos Pecuaristas e Câmara Municipal.  “Precisamos amenizar esse problema que afeta o comércio, observar a importância da pecuária que injeta mensalmente R$ 3 milhões na economia”, disse.

No que compete à ADAF, a médica veterinária Cláudia Ramos anunciou que a fiscalização do trânsito de animais em via fluvial será intensificada e pediu a contribuição da população para que denuncie o abate clandestino. É competência da ADAF a fiscalização do trânsito de animais vivos e mortos e o transporte ilegal em triciclos e em outros veículos que não sejam do matadouro frigorífico. Cláudia Ramos explicou que sozinha a ADAF não tem condições de fiscalizar e por isso conta com o apoio dos parceiros como as polícias Civil e Militar.

A coordenadora da Vigilância Sanitária, Samantha Brito, também defendeu o trabalho em conjunto para fortalecer a fiscalização e obter um resultado mais efetivo.  Se for aprovada a lei municipal e o código sanitário, a Vigilância terá condições de autuar e fechar os estabelecimentos infratores.  

O vereador Telo Pinto, que propôs a audiência pública, falou dos indicativos propostos e da sugestão da lei municipal, assegurando que o poder legislativo vai trabalhar a lei com apoio dos órgãos de proteção para encaminhar ao executivo. “Essa lei vai proteger o produtor, fiscalizar, lacrar o estabelecimento e punir quem recepta o roubo”.  

Também participaram da audiência pública o presidente da Associação dos Pecuaristas Isandrey Azedo, o tenente da Polícia Militar, Ricardo Viana e vários representantes da classe dos pecuaristas.